Numa destas minhas idas e vinda ao trabalho, em um “carro de linha” que corta o sertão de Jacobina a Irecê, ouvi um caso de assassinato narrado por um companheiro de viagem, que desencadeou mais uma cisma... Contava estupefato o caso de um motorista de caminhão que cruelmente assassinou o frentista de um posto de combustível por mísero um real.
A história é que o motorista chegou ao posto de combustível e queria usar o sanitário. O frentista argumentou que liberaria a chave do recinto mediante o pagamento da quantia. Conversa vai e vem, argumentos trocados de um e de outro, o motorista dirigiu-se ao carro e voltou de lá com uma peixeira, deu três facadas no frentista, fugindo em seguida. Eis o fato. Fiquei chocada como todos os outros passageiros, mas uma observação feita por um dos viajantes foi a gota d’água... A morte em vão também, mas isso infelizmente é para nós corriqueiro: morrer por nada já é quase normal!
O motivo de minha cisma então, veio do seguinte comentário: “O motorista assassino era paraibano, você sabe né, esse povo do norte ainda nessa época de tanto progresso ainda tem mania de achar que tudo pode, é povo ignorante, tudo virado Lampião!”.
Nessa hora, respirei fundo, pensei calada por uns dois minutos e disparei uma pergunta ao grupo: Como foi mesmo que o motorista matou? Foi após uma discussão por causa da chave de um sanitário não foi? Estavam nervosos... Como será que foi o dia desse homem? O que será que o frentista disse que o ofendeu tanto e o tirou do sério? O que aconteceu naquele breve instante para um trabalhado sair do sério e estragar a própria vida e tirar a vida de alguém?
A polêmica se formou: “A senhora professora tá defendendo assassino? Tá justificando ele ter matado um inocente? Ainda quer que ele tenha razão?
Respondi: Não quero dar razão a ninguém, quem mata não tem razão alguma, nada justifica tirar a vida de ninguém. Só peço agora que pensem o seguinte: Que educação e como são as pessoas lá do sul, do sudeste e dos países desenvolvidos que diariamente planejam friamente a morte dos próprios pais, o abuso a crianças inocentes, os crimes cibernéticos, os grandes golpes à sociedade? Em quem será que essas pessoas se inspiram, tem algum modelo tipo Lampião inspirando essas pessoas? Será que o motorista matou por ser paraibano? Isso não acontece em São Paulo? Ah, aqui também no nordeste não tem prostituição infantil, pedofilia e corrupção? Quem é mais perverso, quem age por impulso ou quem planeja o ataque friamente?
Olhei em volta e vi uma confusão de cores: caras branco-pálidas, sorrisos amarelos, bochechas vermelho-fumegantes e eu com meu verde náusea...
Quando é que nós vamos perceber que pessoas são pessoas e por fim subjetivas aonde quer que vivam, no nordeste ou no sul do Brasil? Não é a nossa localização geográfica que nos move. Vamos dar uma trégua a Lampião na hora de justificar as atitudes nordestinas seja ele para nós herói ou bandido...
ranço
[Do adj. lat. rancidu, ‘rançoso’, substantivado.]
Substantivo masculino.
1.Alteração que o contato com o ar produz nas substâncias gordas e que se caracteriza por cheiro forte e sabor acre.
2.Bafio de coisa velha ou estragada.
3.Fig. Aquilo que tem aspecto ou caráter antiquado; velharia.
4.Bras. Fig. Pessoa desagradável, antipática.
Adjetivo.
5.V. rançoso.
[Do adj. lat. rancidu, ‘rançoso’, substantivado.]
Substantivo masculino.
1.Alteração que o contato com o ar produz nas substâncias gordas e que se caracteriza por cheiro forte e sabor acre.
2.Bafio de coisa velha ou estragada.
3.Fig. Aquilo que tem aspecto ou caráter antiquado; velharia.
4.Bras. Fig. Pessoa desagradável, antipática.
Adjetivo.
5.V. rançoso.